terça-feira, 7 de julho de 2009

ALERGIAS

Escrita por Gia Carneiro Chaves

São múltiplos e variados os tipos de alergia que actualmente povoam a Humanidade. Estas manifestações desagradáveis que incomodam milhares de seres humanos são incluídas nas somatizações psicogénicas por revolta, onde se inserem a enurese, a delinquência, a agressividade, infantilismo, prisão de ventre e dores generalizadas em que o queixoso não encontra através de análises clínicas causas para as dores físicas que o atormentam. As revoltas acumuladas vão somatizando estruturas psíquicas que se projectam sobre várias reacções que causam sofrimento, entre elas as alergias.
As alergias incluem-se nas doenças psicossomáticas. Certos tipos de alergia como as erupções cutâneas entre elas os eczemas, alergias respiratórias, como a asma, entre muitas outras, que não são mais do que manifestações de repulsão de medida, indomável, perante impressões psicológicas muito precisas, como as que nos são reveladas em relação a determinadas pessoas cujas características nos desagradam.
Uma das alergias, actualmente, mais comuns mesmo a nível de jovens são as alergias cutâneas. A pele é o terreno mais propício para se manifestarem as erupções psíquicas e é o local privilegiado de expressão emocional! Há variadíssimas manifestações alérgicas cutâneas: quando a pele de certas pessoas susceptíveis entra em contacto directo com determinadas substâncias, como o próprio Sol, com a água do mar e até algo de existencial no meio ambiente difícil de detectar. A pele à sua maneira formula o que não conseguimos exprimir em palavras. Não esquecer que ela é a mais extensa das nossas superfícies sensoriais - 18.000 cm2 em média no adulto. Outro ponto fundamental é que a pele tem a mesma origem embrionária que o sistema nervoso (nervos, medula, cérebro). A epiderme também sabe mudar de cor, de textura, de pilosidade, conforme os diversos estados emocionais e a hipersensibilidade a cada um desses estados.
As alergias da pele são também consideradas na medicina psicossomática como uma maneira inconsciente de chamar a atenção sobre si.
A jovem conduzida a um casamento de conveniência ao usar o anel, manifesta pouco tempo depois pruridos no dedo. É um protesto cutâneo contra quem a conduziu ao casamento.
É vulgar a manifestação de uma alergia cutânea quando alguém vibra em sentimentos de rancor, estados de amargura e ressentimento em relação a outrém, porque em presença da pessoa rejeitada surgem erupções cutâneas alérgicas em diferentes partes do corpo.
Há chamamentos de doenças cutâneas a nível inconsciente, como dolorosos protestos: certos dermatologistas opinam que determinadas mulheres vítimas de amargurantes frustrações sentimentais e conduzidas consequentemente a aberrações sexuais querem portanto manter uma distância relativamente aos homens e conservam-se como que em "castidade obrigatória" devido a "herpes genitais" Conscientemente é o que racionalizam para justificar a situação.
Comichões que levam uma pessoa ao desespero são consideradas como espécies de dores cutâneas, "reflexos de dores psíquicas". A psicanálise demonstra-nos que pacientes sujeitos a psicoterapias adequadas, no decurso da consulta, à medida que o doente exterioriza as suas angústias, as comichões diminuem e até desaparecem.
Uma das manifestações cutâneas mais desagradáveis é o eczema que habita especialmente nos frustrados de carências de carinhos.
Começa logo nos recém-nascidos cuja epiderme abrange 2500 cm2 e contém cerca de 100.000 receptores encarregados de captarem os estímulos exteriores e centenas de milhares de fibras sensoriais ligadas ao sistema nervoso.
Todas estas sensações tácteis vão em primeiro lugar ajudar o bébé a conhecer as suas fronteiras e a adquirir a imagem dos limites do seu corpo. Ajudam no desenvolvimento harmonioso do seu psiquismo. É pela pele que o bébé capta o Amor nas carícias do banho, na mudança da fralda, no acto de vestir quando os gestos vão impregnados de afectividade. Numerosas observações e experiências demonstram que a privação do contacto físico-afectivo pode mergulhar a criança num verdadeiro estado depressivo!
Quando o inconsciente somatiza a ansiedade de frustração afectiva manifestada na insuficiência de carícia tactal expressa-se na pele por eczemas, urticária, erupções de borbulhas de várias espécies, etc.
O Dr. Rosenthal depois de profundas investigações afirma com segurança que em cerca de 25 bebés de menos de dois anos que apresentam eczemas, quase na sua totalidade não tinham sido estimulados por carícias afectivas cutâneas.
É incontestável que a frequência do eczema do lactante é maior nas crianças cujas mães apresentam fragilidade psicológica.
Spitz, outro grande investigador da medicina psicossomática concluiu que esta erupção psicotóxica reflecte uma relação mãe-filho inadequada; a mãe inconscientemente ou não, experimenta uma certa hostilidade que disfarça de ansiedade. Demonstra-se na medicina psicossomática que todas as mulheres que têm problemas com o seu corpo ou, empiricamente dito "não se sentem bem na sua própria pele", correm o risco de provocar o aparecimento de problemas cutâneos nos filhos.

Nenhum comentário: