quinta-feira, 30 de outubro de 2008

AFETIVIDADE


Vínculo Afetivo O vínculo afetivo descrito por Brazelton (1988) tem início na gestação. É um processo continuo através das interações que vão ocorrendo posteriormente.Bee (1997) relata que o contato imediato após o parto parece aprofundar a capacidade de a mãe (e talvez também do pai) responder em relação ao bebê. Alguns psicólogos acreditam que a capacidade de formação de vínculo social é resultado da maturação e que deve ocorrer algum relacionamento logo no início da vida da criança se quiser que esta seja capaz de, mais tarde, formar vínculos significativos. Estudos de Bowlby (1990) e Hoffman, Paris e Hall (1996) sobre o vínculo entre mãe e filho ressaltam a importância desta dinâmica afetiva. Eles descrevem que essa ligação faz parte de um sistema comportamental cuja serventia esta ligada à preservação da espécie. Tal relação se deve ao fato de os bebês serem indefesos e incapazes de sobreviver sozinhos. Então, o apego entre o bebê e o seu cuidador viabiliza uma garantia a esta proteção e preservação.Através da experiência de uma criança que recebe apoio e cooperação de sua mãe e também do pai, é capaz de gerar nela a crença na utilidade dos outros. Tal fato favorece um modelo para formar relacionamentos futuros. A forma pela qual a pessoa reage aos mais variados eventos da vida, tais como as rejeições, perdas e separações, depende da forma como foi estruturada a sua personalidade (Bowlby, 1990). Recentemente, vemos um número cada vez maior de filhos sendo criados com pouca presença da mãe e/ou do pai, e ainda, na ausência total deles. O fato de uma criança não ser criada por pais biológicos, não implica, exatamente, em problemas psíquicos posteriores, considerando-se o suprimento básico de suas necessidades. Entretanto, a questão central é o vínculo afetivo. O que tem se tornado ausente durante a estruturação da personalidade infantil é uma relação que possibilite maior vinculação de pessoa a pessoa. Contatos superficiais onde a preocupação localiza-se em prover a criança com alimentos, moradia e escola são insuficientes. E, ainda, relacionamentos onde existam muitas mudanças geográficas e/ou trocas constantes de cuidadores dificultam a formação do vínculo. Segundo Winnicott (1993), a atenção que as mães têm para se dedicar a seus filhos, atendendo às suas necessidades de alimentação, higiene, carinho ou o simples contato, gera condições necessárias para que se produza o sentimento de unidade entre duas pessoas. É relevante incluir que na formação vincular faz-se necessário o ato de tocar a criança. Conforme as conclusões de Siqueira (2003), "(...) tocar carrega em si numerosos benefícios em forma de estímulos que geram um melhor desenvolvimento físico, emocional e social, potencialmente gerador de uma personalidade terna e amável no adulto posteriormente". Encontramos em Adler (1937) a afirmação de que todas as pessoas constroem o desejo de possuir provedores que atendam às suas necessidades e carências que a vida impõem. Na figura de quem provê, a criança formará a medida de sua saúde mental futura.
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